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IDACE DEBATE: apresenta projetos do Programa Cientista Chefe

Data da publicação: 24 de agosto de 2024 Categoria: Notícias

Você conhece o Programa Cientista Chefe, coordenado pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico, a Funcap? O Programa existe há sete anos e tem como objetivo “unir o meio acadêmico e a gestão pública”, segundo o site da Fundação. E ainda: “Através dele, equipes de pesquisadores estão trabalhando nas secretarias ou órgãos mais estratégicos do Governo do Estado para identificar soluções de ciência, tecnologia e inovação que podem ser implantadas para melhorar os serviços e, desta forma, dar mais qualidade de vida para a população”. Você pode acessar a descrição completa aqui.

Desde 2023 o Idace vem sediando conversas com integrantes das universidades, o que tem gerado caminhos possíveis de pesquisa a partir do cotidiano das técnicas e técnicos que fazem o órgão. Foram esses processos que geraram três subprojetos inscritos no Programa, vinculados à Secretaria de Recursos Hídricos (SRH).

Todos os três subprojetos serão apresentados no próximo Idace Debate, que acontece dia 29 de agosto, evento promovido pelo Idace que traz, a cada mês, um debate sobre uma questão que atravessa o trabalho no campo. A Entrevista da terça antecipa alguns trechos desses projetos ao conversar com seus responsáveis. Na semana passada estivemos com a professora Maria Inês Escobar. Hoje falamos com o professor Aécio Oliveira. Próxima terça é a vez do professor Jeovah Meireles.

Boa leitura!

Entenda a secção
A cada terça-feira uma nova conversa: com gente que trabalha no Idace ou não, mas que leva a luta no campo como bandeira. Que pensa a reforma agrária como uma urgência para um mundo mais igualitário, que faz do trabalho no campo um modo de relação saudável com a natureza e as gerações porvir. Essa é a nossa décima primeira entrevista. Acompanhe!

1. Conta um pouco sobre como a sua trajetória te levou para o Programa Cientista-chefe no Idace.

O Programa abriu um espaço importante para que pudéssemos apresentar nossos projetos. O projeto que apresento indica a criação de indicadores para trabalho com os assentamentos e há muito tempo existe. Então, quando fui à reunião, achei uma ótima chance para me integrar numa atividade de pesquisa muito importante. Segundo, por se tratar de um órgão do estado aberto para traçar um caminho mais prático para a formulação de políticas públicas voltara para a questão agrária.

O que me chamou atenção foram os princípios que o Idace estava estabelecendo: a cidadania agrária e o bem viver, o processo de potencialização dos assentamentos e sua sustentabilidade. Muito interessante em virtude de uma questão secular no Ceará, que é a chance de se ter algo nesse sentido dos indicadores. Fazer com que a condição de vida das famílias nos assentamentos pudesse estar estreitamente vinculada à saúde ambiental, ao tratamento ecológico com a terra.

Eu já tinha o projeto e o chamado do Idace calhou bem.

 

2. O projeto submetido ao programa trata da criação de indicadores. Você pode falar sobre o que motivou a lançar essa ideia, quais foram as evidências de base que fizeram esse projeto?

Como disse, a ideia de fazer indicadores de sustentabilidade no estado do Ceará já estava elaborada. O que eu fiz foi, no lugar de construir indicadores para o municípios, que era a ideia no projeto inicial, colocar a construção de indicadores direcionada para os assentamentos. A metodologia, bastante flexível, permite fazer isso.

Essa é uma questão complexa, muito desafiadora. Esperamos sugerir políticas públicas para potencializar a sustentabilidade ecológica, a econômica e a sustentabilidade social também. São três dimensões: meio ambiente, a sociedade dos assentamentos e a economia praticada por eles.

3. Quais são as expectativas em relação ao processo de pesquisa? Como ele se estrutura, quantas pessoas fazem parte, quais territórios serão pesquisados?

A proposta de pesquisa é que cheguemos a um ponto para propor políticas públicas tendo em vista aquelas dimensões de sustentabilidade. Então, ele se estrutura da seguinte maneira: definimos os significados da sustentabilidade – o que é, afinal, sustentabilidade ecológica, econômica, social, política e cultural. Depois disso, do ponto de vista metodológico, essas questões são agrupadas em um único indicador, que eu chamo indicador sintético. Um indicador que reflita as dimensões do processo de pesquisa. Ou seja: cada dimensão é um indicador parcial, ao total são três indicadores parciais e esses três serão sintetizados em um só para fazer comparação entre um assentamento e outro.

No final das contas, faremos um ranqueamento entre os assentamentos, uma espécie de ordem do mais sustentável para o menos sustentável e daí vamos poder comparar. Por que um assentamento é mais sustentável e outro é menos sustentável que os outros? Então, o diagnóstico vai caminhar por aí, identificar o que está faltando e indicar as políticas para incentivar essas cosias que estão faltando.

A expectativa é que cheguemos aí, aos indicadores parciais e ao indicador sintético, o geral de sustentabilidade. Como eu falei, as comparações fazem parte dessa metodologia.

Com essa pesquisa o Estado vai ter um instrumento de avaliação. Outro produto que nós pretendemos entregar é uma ferramenta de interlocução do Idace e os assentamentos, para que as famílias e os demais possam encaminhar suas demandas de maneira eficiente. A gente quer estimular diagnóstico, fazer uma espécie de treinamento com as associações dos assentamentos para que eles possam fazer o caminho: diagnósticos – demandas – prioridades; e então aquilo é encaminhado para o Idace, o Idace analisa e devolve o que for possível devolver.

Por isso que a gente avalia que esses indicares serão um instrumento importante para a cidadania agrária: é preciso que isso seja praticado, é preciso que as famílias se percebam nesse processo. Não só recebam o título, mas estejam comprometidos com os processos que se estabelecerão daí em diante. Queremos observar o que acontece no Idace antes, durante e pós as regularizações ouvindo as demandas reais e propondo mudanças.

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